Felippa 40 Graus
AÍ VEM ELA, disparando contra mim seu olhar sedento pelo inesquecível, e me hipnotizando com sua boca vermelha ávida por beijos quentes e mordidas que dão ação ao desejo que sai de seus poros. Ela traz consigo não só a dúvida entre a dor prazerosa e a felicidade passageira, mas traz também uma certeza avassaladora, que me consome o peito feito fogo em pólvora.
É assim que tudo começa.
Seu sorriso é o meu prozac, e ela capricha nas doses. Sem medo, culpa ou remorso por me causar overdoses.
Ela é como o vento, a vida ou o tempo, certeiros sobre mim. Somos vorazes. Ela é o "quero mais", e eu o "ainda tem". Estou exausto, não nego. Adoro observá-la dormir, como estou fazendo agora.
Não tenho receio algum em dizer que seus sussurros são intensos como furacões em meu ouvido. O inicio deles, origina um fim súbito ao meu juízo. Logo entorpeço, e correspondo com fervor cada faísca que salta de seu corpo.
Ela brinca de existir. Estamos emparelhados.
Buscamos superar os limites de intensidade um do outro.
Nossa expectativa de sonho e realidade, coexiste.
Em não ser pensamento transitório, insiste.
Fellipa é arisca, sabe dominar, mas sabe também ser dominada. Ela me atiça e me desafia a mergulhar em seu corpo quente e acolhedor, e me acompanha como se fosse o nosso ultimo ato em vida.
"Duvido que consiga.", grita com o olhar, me desafiando.
Como resposta, eu juro a ela que não vou parar até que suas pernas estejam tremendo e os vizinhos saibam meu nome.
Eu escorro em seu corpo moreno como gotas de suor. Vislumbro o despertar de seus pelos cutâneos em arrepios, como sementes germinando na terra. E depois de deixá-la em êxtase, fito seu olhar com olhos de promessa cumprida, aquele olhar de quem diz: Comigo jamais te faltará amor. E se faltar, o faremos.
Publicado por Robson Rodriguez