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#PERFIS

- Na real, sempre tive uma predileção maluca pela cor azul.

 

                Como no céu, o azul fica lindo misturado às nuvens brancas... Às vezes cinzas de poluição. Ou no mar com um misto de espuma branca ao formar e quebrar das ondas... Mas seja no céu ou mar, sempre foi necessário um a gente invisível: O VENTO.

 

                O vento que nos move em um impulso, o empuxo, a tração, a força... Como sentimentos, o invisível vem em turbilhões destronando orgulhos e coisas que antes eram fixas.

 

 Mas, ainda sobre o meu azul preferido, estavam os olhos dela.

 

                Grandes órbitas em cílios bem delineados, um chope na mão e nenhum batom. Quem liga para batom?  Ela não era dessas que aplicam filtros para fotos perfeitas e corações quebrados. Nunca seria.

 

O invisível aos olhos chegara a mim como vendaval.

 

                Em curtas conversas, vi naquela criatura um desejo de liberdade. Conheci suas histórias e ainda assim, não a conhecia. Outrora havia sido objeto nas mãos de alguém, mas hoje era uma incógnita. Daquelas que você não rotula, estava sempre calibrada e afiada, mas ao mesmo tempo leve e serena.

 

O mar que ao mesmo tempo conforta, também oferece seus perigos. O céu sempre lindo também já havia nos dado noite de tormentas.

 

                Talvez almas sejam azuis. Existe cor mais confusa? A cor do talvez.

 

                Quando seu chope chega ao fim, desiste do álcool por hoje. Passa por entre pessoas e some. Talvez ao banheiro, talvez ao além. Dentro do refúgio, enxuga as lágrimas, recompõe-se e volta ao salão. Seu olhos estão marcados pelo choro, mas em sua boca está o maior sorriso do mundo.

 

 Toma o copo da mão da amiga, vira em questão de segundos. Vira meu cérebro ao avesso.

 

                Existem mais segredos nessa mulher do que mistérios entre o céu e mar, e talvez também, nem o infinito ou o invisível possam justifica-la. Uma facada no meu coração e ao mesmo tempo a anestesia para todas as dores desse universo. Sua dança desajeitada, sua áurea, só justifica sua decisão de ser assim sozinha. Não aceitar interferência. Por maior que seja ou mais simples que possa parecer existir, preferia limpar sua própria sujeira e apenas culpar a si pelos problemas.

 

A decisão de ser feliz era apenas dela e isso hoje era a prioridade. Ontem, dedicar sua felicidade a alguém pode ter sido ideal, mas ela precisa de coisas fixas.  Encontrou então a autoconfiança. Era fascinante. Os olhos chorosos secariam...

 

Era como ressaca, uma hora passa. Que mulher é essa?

 

Ora anil, ora denim, ora turquesa, ora marinho...

 

Azul Alice, mas para sempre Safira.

Perfis - 005

Publicado em 02 de dezembro de 2015 por Mylena Rocha

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